A Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) emitiu nota nesse sábado, 7/11, alertando para a “onda de lama” que percorre o rio Doce, depois do acidente com duas barragens de rejeitos minerais em Mariana.
De acordo com informações do Boletim Extraordinário do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a onda de cheia está se deslocando pela calha do rio Doce, sendo que o pico da onda passou pela Usina Risoleta Neves (Candonga), por volta das 10h de 6/11, com vazão máxima verificada de 1.900 m³/s.
O lamaçal desceu pelo rio, chegando ao Parque Estadual do Rio Doce (Estação da CRPM em Cachoeira dos Óculos) em 7/11; e na mesma data, à tarde, passou pela estação de Belo Oriente. A estação de Governador Valadares acusou a passagem já na madrugada de 8/11, domingo. Esperava-se a amortização da onda nas barragens das hidrelétricas de Baguari e Aimorés, ambas em MG, com redução das vazões como também retenção e diluição parcial dos resíduos.
Segundo o CBH Doce, no começo de hoje, 9/11, a onda chegou a Colatina/ES, devendo chegar no final da noite em Linhares/ES, onde o rio Doce desemboca no Oceano Atlântico. “Esta onda provoca alteração abrupta do nível d’água, razão pela qual recomendamos aos usuários que protejam suas instalações de captação durante a passagem da onda de cheia em cada local, que tende a ser inferior a 4 horas”, informa o CBH Doce .
“A natureza do resíduo em questão implica prováveis alterações temporárias nas características da água bruta, especialmente com relação a parâmetros de turbidez e cor, entre outros. De acordo com informações preliminares repassadas pela Samarco, o rejeito é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento de minério de ferro. Estamos acompanhando e aguardando o resultado das análises de água e sedimento que estão sendo realizadas na região afetada pelo Senai/Cetec, acionado através do IGAM”, acrescenta o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.